Category Archives: Literatura Portuguesa

Dia Mundial da Poesia assinalado em Lisboa com poema gigante

O dia mundial da poesia, que se assinala a 21 de Março, será celebrado na Baixa de Lisboa com um poema gigante escrito numa tela de 150 metros.

A iniciativa conta com a participação de poetas como Inês Pedrosa, Maria Andresen, Eduardo Pitta, Fernando Pinto do Amaral, Manuel Alegre e Nuno Júdice.

Promover e celebrar a poesia levando-a ao «comum do cidadão» é um dos objectivos desta iniciativa promovida pela ACV – Associação Cidadania Viva, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa e o projecto LEM (Lisboa Encruzilhada de Mundos).

Segundo a organização, a iniciativa parte de uma ideia do poeta espanhol Miguel Angel Arenas e o poema gigante será escrito numa tela de 150 metros que vai estar estendida na Rua Augusta entre as 12:00 e as 17:00 e na qual todas as pessoas interessadas poderão acrescentar um verso da sua autoria.

O Dia Mundial da Poesia foi instituído pela UNESCO, organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Diário Digital / Lusa

Maria Teresa Horta lança livro que reúne a sua obra poética

Maria Teresa Horta, que começou a publicar poesia em 1960 e nela abordou sobretudo o erotismo, vai lançar na terça-feira um livro que colige a sua obra poética.

“Poesia Reunida” é o título do volume, com 850 páginas, que abrange toda a poesia publicada desde “Espelho Inicial”, de 1960, até “Inquietude”, editado em 2007.

“Penso que já merecia este livro há bastante tempo porque tenho quarenta e tal anos de poesia publicada”, disse a escritora, sublinhando que não se trata de uma antologia, porque isso implicaria uma escolha de poemas e aqui os livros estão tal como saíram.

Além das obras já publicadas, “Poesia Reunida” inclui um inédito em livro, Feiticeiras, uma cantata musicada pelo compositor António Chagas Rosa e que ganhou um prémio Victoire de la Musique, em França, em 2007.

Na sua opinião, o livro, editado pela Dom Quixote, podia ter surgido há dois ou três anos. “Mas eu não gosto muito de publicar, gosto muito de escrever, escrevo todos os dias, mas publicar é mais complicado porque escrevo de uma maneira muito exposta”, acrescentou.

Em “Poesia Reunida” são abordados temas como o erotismo e a intervenção social, constantes na obra de Maria Teresa Horta. “É um livro muito comovente para mim, é um testemunho meu, tem tudo a ver comigo”, disse, sublinhando também que grande parte da sua obra está esgotada. “A minha palavra é corpo e a minha poesia é uma poesia do corpo”, referiu a escritora, adiantando que a poesia erótica é das coisas mais evidentes na sua obra.

A luta pela liberdade, a desobediência e a luta contra os estereótipos são outros temas presentes na obra da poetisa, que explicou que prefere esta designação à de “poeta” e critica os que vêem na palavra no feminino um valor menor.

Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa em 1937, estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e tornou-se uma das vozes mais sonantes do feminismo em Portugal.

Com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, escreveu “As Novas Cartas Portugesas”, uma obra que seria publicada no início da década de 70 e proibida pelo regime.

Como jornalista, publicou textos em jornais como “República”, “Diário de Lisboa”, “Diário Popular”, “O Século”, “Diário de Notícias”, “A Capital” e “Jornal de Letras”, tendo sido também chefe de redacção da revista “Mulheres”.

Na entrevista à Lusa, afirmou que nunca se sentiu tão criativa como agora. “Nunca tive tantos projectos, nunca tive tanta vontade de escrever, nunca escrevi tanto como agora”, asseverou a escritora, considerando que é “um bocado contraditória” a sensação de ver a obra reunida e ter ainda tantos planos.

Maria Teresa Horta vai publicar dentro de pouco tempo um novo livro de poesia e também está a acabar um romance sobre a marquesa de Alorna, que deverá sair em Outubro ou Novembro.

“Olho para este livro e acho que é um livro muito grande, mas ao mesmo tempo penso que provavelmente é o melhor de mim e é tão pouco”, disse, repetindo que escreve todos os dias e tem um prazer muito grande em escrever.

O livro, que tem prefácio da professora de literatura Maria João Reynaud, será apresentado terça-feira na Casa Fernando Pessoa.

Fonte: Público